Potencial do modal hidroviário gaúcho é abordado no programa Governo em Rede
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As condições e investimentos no sistema hidroviário do Rio Grande do Sul foram pauta, nesta quarta-feira (5), no programa Governo em Rede, da Rádio Web Piratini. O diretor-superintendente de Portos e Hidrovias (SPH) da Secretaria dos Transportes, engenheiro Luiz Alcides Capoani, foi entrevistado ao vivo no programa, que tem parceria com emissoras de rádio do interior do estado.
Para Capoani, o Rio Grande do Sul é o segundo estado com maior potencial de hidrovias do país, atrás apenas de Amazonas. São 758 quilômetros de hidrovias que registram movimentação de 5,2 milhões de toneladas ao ano. A autarquia, que completa 65 anos em 2016, trabalha para incentivar novas parcerias com a iniciativa privada a fim de atrair investimentos para renovação de equipamentos e melhorias no modal.
"Temos uma das maiores malhas. Esse é um transporte econômico e limpo que, em nosso entendimento, é pouco usado e estamos tentando mudar isso. Ainda que com dificuldades econômicas, procuramos desenviolver ações e mostrar que as decisões podem ser políticas, mas os embasamentos têm critérios técnicos", afirma.
Como exemplo da importância dos portos fluviais administrados pela Superintendência, o engenheiro comentou o incremento nas operações da CMPC Celulose Riograndense. A empresa utiliza um novo trajeto para suas embarcações no transporte de madeiras e toras de Pelotas e região, pelo porto que está sendo reestruturado, e a exportação de celulose pelo porto de Rio Grande.
“Como o porto de Pelotas vai transportar 1,2 milhões de toneladas, o que representa 120 caminhões por dia a menos nas estradas, vai diminuir a poluição e o desgaste das estradas gaúchas. Estamos tentando recuperar também uma das dragas mais importante para o estado, que custa 40 milhões, e que vai nos tornar autossuficientes. Já estamos em negociações para a reforma”, disse.
Entre as melhorias apontadas por Capoani está o índice de eficiência de sinalização e navegabilidade no Rio Grande do Sul. No início da gestão, chegava a 57% frente ao ano atípico de enchentes, que provocou movimento das boias de sinalização. Hoje, a Marinha do Brasil aponta que o índice subiu para 76%. A pretensão da SPH, conforme o diretor-superintendente, é de alcançar os 95% de eficiência.
O diretor-superintendente vai à Brasília, na próxima semana, em busca de recursos para o próximo ano junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Porto de Porto Alegre
Sobre o projeto para o Cais Mauá, Capoani destacou a participação da autarquia com secretarias em grupos de trabalho e apontou estudos técnicos de que a Superintendência vai duplicar a arrecadação, em cerca de R$ 20 milhões. “Existem boas perspectivas de que há interesse e estamos buscando com a Fiergs desenvolver uma relação de empresas que se coloquem à margem da hidrovia. Para isso, precisamos da compreensão dos nossos ambientalistas para desenvolver esse potencial”, assegurou.
Modernização do modal
Além da busca por investimentos para renovar os portos e escoar a produção gaúcha para exportação, Capoani ressaltou a necessidade de modernização dos próprios transportadores como o uso de barcaças que não necessitem de dragagem. “Existem barcaças que se adequam ao leito do rio para calar menos e carregar o mesmo volume não mexendo no leito e também na questão ambiental. Tudo é possível desde que se tenha vontade política e cultura. São essas barreiras que temos que romper. O desenvolvimento pode sim acontecer com sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente, e teremos que ter também uma integração entre os modais”, concluiu.
Links para acessar o programa: Site e SoundCloud
Texto: Letícia Bonato
Edição: Léa Aragón/ Secom